Coordenador - Prof. Dr. Jonathan Taylor de Oliveira
Vice Coordenador - Prof. Me. Cléber Maurício de Lima
Resumo: O Centro de Extensão em Música coloca-se como um espaço físico e tecnomediado para o exercício da música em diversas manifestações. A característica de Programa de Extensão de execução a longo prazo permite a realização de diferentes ações, tais como minicursos, vivências, projetos e produtos artísticos. A intenção de aproximar a UNIR da comunidade faz com que a realização das atividades mescle espaços tanto no campus quanto na cidade de Porto Velho. As parcerias desenvolvidas proporcionam integração e ganho recíproco entre os executores das atividades à medida que experiências são chanceladas pela Universidade Federal de Rondônia. As ações oferecidas neste Programa de Extensão abrangem um amplo aspecto de atividades nas especialidades de composição, produção, interpretação, análise e crítica musical, cruzadas com a socialização, a saúde, a preocupação com o meio-ambiente, transformando o programa em catalizador interdisciplinar. Atividades como a reativação do histórico Coral Porto em Canto da Universidade Federal de Rondônia, a criação de novos grupos artísticos, minicursos, cursos, concertos e produtos em música coloca o Centro de Extensão em Música da UNIR como fomentador e articulador do fazer musical em Rondônia. |
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Palavras-Chave: Extensão, Música, Rondônia |
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Justificativa: O programa Centro de Extensão em Música da UNIR insere-se na realidade social como agente transformador em música e cultura, inserido na tradição musical canônica e com respeito aos saberes e fazeres locais. O olhar atento da academia, que objetiva registrar e refletir para a posteridade, é o fundamento para propostas de cursos, oficinas, palestras criações musicais e demais ações em música. Este programa, em suas linhas de ação, tem como escopo viabilizar fazeres musicais a partir dos saberes locais da capital, Porto Velhor, e do estado de Rondônia integrados ao restante do país e também de maneira internacional. Objetiva formar uma política de acesso à música a longo prazo consolidando-se como agente musical e cultural integrador dos cidadãos, promovendo a inclusão social. Esta proposta busca criar equipamentos culturais que promovam a música como projeto permanente em cultura na sociedade rondoniense. As iniciativas em música geralmente pecam por serem ações sem planejamento a longo prazo em nosso estado. Ações de longo prazo são essenciais para o desenvolvimento do e consolidação da música na sociedade. Um bom exemplo disso foi a implantação do Curso de Graduação em Música: Licenciatura na Universidade Federal de Rondônia. Este ato foi uma iniciativa afirmativa para consolidar projetos nesta área, promovendo a formação de pessoal capacitado a atuar na comunidade. O CEM colaborará para o início de um trabalho de democratização da música a partir do contexto integralizador que a universidade pública federal propicia, e será um agente de transformação social e cultural da comunidade de Porto Velho e de toda a sua abrangência estadual e regional. A integralização com o currículo do Curso de Música se dá a partir da contemplação do PPC (Projeto Político Pedagógico), que se refere à integração entre ensino pesquisa e extensão a partir dos laboratórios didáticos dos cursos que serão polos aglutinadores transversais do conhecimento. Nos laboratórios do Curso de Música ou em espaços com parceiros institucionais ocorrerão as práticas e demais atividades de extensão. As práticas pedagógico musicais envolverão os alunos da graduação de maneira que atuem com experiências nos laboratórios que possibilitem a transposição dos muros da universidade, estendendo-se para toda a comunidade. No caminho inverso, musicistas da comunidade poderão entrar no espaço universitário chancelando suas atividades por uma Universidade pública e federal, que neste ano de 2022 completa uma tradição de 40 anos. |
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Fundamentação Teórica: As universidades públicas brasileiras, em especial as Universidades Federais, têm um papel importantíssimo na produção musical nacional, tanto como realizadoras artísticas quanto como investigadoras do passado e presente desta área de conhecimento. A música com a qual a Universidade Pública tem compromisso é a música herdeira da tradição europeia e das tradições locais. As músicas tuteladas pelo ensino, pesquisa e extensão são as músicas que estão na(s) identidade(s) de nossa(s) cultura(s). Diferentemente do mercado, que tem a preocupação com o lucro da música que está sendo vendida ou que tenha potencial para ser consumida, a Universidade pública se preocupa com músicas sem “valor” para a sociedade comercial. Essa função pública da universidade é atendida ao formarmos profissionais para área da música sejam licenciados, bacharéis ou tecnólogos e com a pesquisa, da qual o Brasil pode orgulhar-se de ter uma área acadêmica com reconhecimento internacional, vide as participações de pesquisadores brasileiros em congressos e associações de música mundo afora. Porém, é importante verificar o papel fundamental da Universidade Pública Brasileira com a extensão em música. A partir da extensão muitas pessoas têm a sua iniciação musical em nosso país, muitos repertórios são colocados ao conhecimento do público que, não fosse a universidade pública, nunca teriam conhecimento de tantas musicas brasileiras que existem por aí. Em consonância com essa tradição, nossa Universidade Federal de Rondônia, em seu PDI, explicita que: A Extensão Universitária visa ao compartilhamento do conhecimento científico produzido nas Universidades com a comunidade externa, de modo que ambas sejam beneficiadas: a comunidade externa toma conhecimento da produção científica e a universidade dos saberes compartilhados por essa comunidade. Assim, entende-se a extensão como ferramenta de democratização do conhecimento. (Fundação Universidade Federal de Rondônia, 2019, p. 119) O conhecimento mantido a partir de diferentes repertórios e práticas, como o dos corais universitários, tão ativos na década de 70 e 80 do Séc. XX, ou o repertório para quarteto de cordas, promovido em diferentes Instituições de Ensino Superior brasileiras. Da mesma maneira que esse repertório eurocêntrico, e temperado e recriado em solo tupiniquim, também há o repertório que entra na universidade com toda sua popularidade, nas diferentes acepções desta palavra, tornando o meio acadêmico musical brasileiro um espaço instigante para a pesquisa contemporânea. Infelizmente toda essa pluralidade e fortaleza acadêmica acaba muitas vezes por encastelar-se nos muros universitários, com ausência ou pouco contato com a comunidade. A extensão universitária é o canal que permite o contato mais democrático do conhecimento universitário com a sociedade. Essa ação social é instrumento de combate às desigualdades em nosso país. A desigualdade existe na posse de bens, tão em evidência nas últimas décadas no jogo social brasileiro, e também na posse de conhecimento. A diferença entre os bens materiais e o conhecimento reside que o segundo é mascarado em uma pseudo sociedade de acesso à informação, na qual a revolução informática permite acesso a todo o conhecimento do mundo. Tanto não é verdade essa sociedade da informação que fundamentos básicos da nossa civilização encontram-se em crise, tais como a cidadania e a própria democracia. Em Gohn (2013, p.241) podemos ver que as intervenções sociais “objetivam, fortalecer a sociedade civil no sentido de construir ou apontar caminhos para uma nova realidade social sem desigualdades.” Embora utópico, é essa a única senda que permite exercitarmos elementos de civilidade que encontram-se em risco em nossa sociedade contemporânea. Neste aspecto, as ações de extensão em música exercem papel de intervenções sociais no qual esta arte e sua técnica estão em função de construções macro, como senso de pertencimento, identidade e despertar da consciência para o mundo sensível do espaço e do tempo, que também é mundo sensível da cultura e da política. Nossa área pode muitas vezes ser um desafio hermético complexo e de fazeres excludentes, daí ser considerada por muitos uma arte de elite. Música é uma arte ampla, que pode ser sim extremamente exclusiva e fechada em seus próprios códigos, mas também é o oposto, em suas paisagens e a musicalização do despertar do sensível como Murray Schafer nos apresentou nos anos 70 do século passado. O caminho epistêmico proposto neste Programa de Extensão é plural e de entendimento da música como resultado do processo cultural como se pode ver em Alan Merriam. Os rigores técnicos são aqueles inerentes às práticas propostas, fundamentando-se nos autores das especialidades musicais de cada ação de extensão que compõem ou que venha a compor este programa que se entende por algo maior e que tem a função de ser promotor de músicas em suas diferentes existências. |
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Metodologia: A metodologia usada na proposta conjuga o fazer prático tradicional com as propostas mais abertas da música contemporânea, porém, sempre havendo o rigor da concepção da proposta. Da realização de ensaios à maneira tradicional a jam sessions , as dinâmicas estão atreladas à proposta do coordenador da ação vinculado ao programa. Metodologicamente mapeia-se a criação de grupos artísticos para o desenvolvimento de a longo prazo de repertórios, configurando o que se costuma chamar de um equipamento estável de música. Também se propõem vivências, termo que remete à experiências mais livres, porém sempre coordenadas com uma concepção criativa ou de investigação sonoro-musical. São previstos também cursos de extensão, nos quais a comunidade em geral terá a oportunidade de ter acesso à conteúdos trabalhados na graduação em música, ou à pesquisas em música em desenvolvimento. A criação de produtos também está no escopo metodológico deste projeto, usando de diferentes ferramentais. Por fim, a coleta de feedback dos participantes das ações para retroalimentar a avaliação e consequentes revisões necessárias. |
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Referências: GOHN, Maria da Gloria. Sociedade Civil no Brasil: movimentos sociais e ONGs. Meta: Avaliação, Rio de Janeiro, v. 5, n. 14, p. 238-253, mai./ago. 2013. Disponível em: https://revistas.cesgranrio.org.br/index.php/metaavaliacao/article/view/145/0#:~:text=O%20trabalho%20objetiva%20realizar%20um,e%20os%20conselhos%20de%20gestao acesso em 07/08/2022. MERRIAM, Alan P. The Anthropology of Music. Evanston: Northwestern UP, 1978. SCHAFER, R. Murray. A afinação do Mundo. São Paulo, Unesp, 1997. ________. O ouvido pensante. São Paulo, Unesp, 1991. UNIR. Plano de Desenvolvimento Estratégico 2019-2023. Porto Velho: UNIR, 2019. Disponível em: . Acessado em: 08 ago 2022. |
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Objetivos Gerais: Criar e desenvolver equipamentos de promoção e consolidação da música para a democratização e inclusão social músico-cultural na área de abrangência da universidade federal de Rondônia. Oferecer cursos de extensão em música para à comunidade atendida pela unir. Oferecer concertos de música à comunidade atendida pela unir. Oferecer serviços de música à comunidade atendida pela unir. Oferecer produtos de música à comunidade atendida pela unir. Oferecer eventos de música à comunidade atendida pela unir. |
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Resultados Esperados: o programa de extensão centro de extensão em música da universidade federal de Rondônia pretende atingir resultados que tornem a música, em suas variadas manifestações, acessível à sociedade rondoniense. Pretende-se exercitar o desenvolvimento e capacitação musical e técnica em música dos executores das ações, bem como permitir o acesso direto de pessoas da comunidade a eventos, concertos, serviços e produtos de música. |